Vereadora Lourdes Sprenger (Mandatos 2013-2016 e 2018-2020)

2ª Vice-Presidente Câmara Municipal P.Alegre e Procuradora Especial da Mulher. Contadora, Auditora. Presidente das Frentes “P.Alegre Sem Maus-Tratos aos Animais” e “P.Alegre Por Um Novo Pacto Federativo”. Deputada Federal Sup. 2015/18. Liderou Movimento "Carroças? Tem Solução! Inclusão Social Sem Sofrimento Animal"

01 janeiro 2014

Fogos de Artifício: o poder de mutilação

Lourdes Sprenger (*)

Para chamar a atenção em celebrações e festas populares, o homem passou a usar explosivos como meio de aviso. Mais tarde, associou ao efeito sonoro, a luminosidade. Então, desde que se iniciou a fabricação em escala industrial de bombinhas, morteirinhos, buscapés e rojões, as estatísticas hospitalares passaram a registrar um número crescente de acidentes com fogos causadores de mortes, queimaduras, perdas ósseas, musculares e mutilações irreversíveis.

Somente nos últimos 15 anos, conforme o Ministério da Saúde, aconteceram 8,5 mil internações e mais de 120 mortes no Brasil, que ocupa o posto de segundo maior produto mundial de fogos. Uma indústria que sofisticou os explosivos e lhes conferiu potência cada vez maior.

As festas juninas e da virada do ano representam o pico na escala dos acidentes. Alarmada com a gravidade da situação, a Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão diante da estatística de que uma em cada 10 pessoas que se acidentam com fogos acaba tendo os membros amputados, a entidade criou a campanha “Fogos de Artifício: Bonito para os olhos. Um perigo para as mãos”. Além do alerta, a campanha contribuiu para impulsionar a conscientização sobre os riscos para as pessoas e os animais.

Mas tanto as campanhas de prevenção aos riscos como as estatísticas de acidentes com fogos passaram gradativamente a provocar a iniciativa do legislador e, assim, mesmo a reboque das consequências, a legislação avançou como as tipificações do Código Penal, a proibição da venda de artefatos explosivos a crianças e adolescentes e, mais recentemente, vigora em Porto Alegre lei que restringe a comercialização e o manuseio e fogos a 300 metros de escolas, hospitais e áreas públicas de circulação.

Como ativista dos grupos de proteção há anos venho divulgando pelas redes sociais e reuniões comunitárias, os efeitos nocivos dos fogos de artifício entre os humanos e os animais. Tanto é que conquistamos durante o governo José Fogaça, que o Baile da Cidade, realizado no Parque Farroupilha, deixasse de queimar fogos de artifício. Acrescentamos aos prejuízos causados à saúde pública, o sofrimento animal que resultam desnorteados pelos estrondos das explosões, fruto de sua alta sensibilidade auditiva. São fugas desesperadas, acidentes em vias públicas, lesões e mortes de mascotes e animais silvestres.

O prisma da modernidade, da evolução e do bom senso nos recomenda que o uso de fogos de artifício pode ser substituído por efeitos de luzes a laser, com brilhos nos céus sem mutilar ou destruir vidas. É o que se faz em parques temáticos norte-americanos, nas comemorações em Paris , sem fogos ou rojões.

Sem deixar de chamar atenção das pessoas para as celebrações e festas, defendo a proposta de preservação: da saúde, da vida, do meio ambiente. O projeto é Porto Alegre Livre de Fogos de Artifício, um bom motivo para celebrarmos 2014.

Apoie esta ideia. Participe desta campanha! Acesse www.lourdesvereadora.blogspot.com

(*) Primeira parlamentar eleita pela Causa Animal no Rio Grande do Sul