Vereadora Lourdes Sprenger (Mandatos 2013-2016 e 2018-2020)

2ª Vice-Presidente Câmara Municipal P.Alegre e Procuradora Especial da Mulher. Contadora, Auditora. Presidente das Frentes “P.Alegre Sem Maus-Tratos aos Animais” e “P.Alegre Por Um Novo Pacto Federativo”. Deputada Federal Sup. 2015/18. Liderou Movimento "Carroças? Tem Solução! Inclusão Social Sem Sofrimento Animal"

05 fevereiro 2015

Cientista defende métodos alternativos aos testes em animais

O cientista Róber Bachinsk disse que há dez métodos alternativos ao uso de animais em pesquisas biológicas durante palestra na Câmara de Vereadores. Róber, que é biólogo e mestre em toxicologia ambiental, foi convidado a falar sobre o tema “Pesquisa sem animais – incentivos e desafios”. O evento, realizado em 28/01, foi promovido pelo vereador Marcelo Sgarbossa (PT), com o apoio do GAE (Grupo de Abolição ao Especismo), e acompanhado pelo gabinete da vereadora Lourdes Sprenger (PMDB).
Conforme o cientista, a substituição de animais em pesquisas é possível e já está sendo realizada em toda a União Européia – que começou o processo de modificação em suas pesquisas em 1979, e proibiu o uso de cobaias em 2009. “Aqui no Brasil, esbarra-se na burocracia, na falta de tecnologia, pois é necessária a atualização dos equipamentos dos laboratórios, especialmente, das universidades e de conhecimento das técnicas pelos pesquisadores”, afirmou. Por isso, ele defende que os estudantes procurem seus professores para, juntos, buscarem a qualificação sobre os métodos alternativos como o cultivo celular 3D e a utilização das células-tronco. Acrescentou que, “a maioria dos pesquisadores são resistentes às mudanças, pois querem fortalecer suas linhas de pesquisa, mas esta resistência acontece por falta de conhecimento ou mesmo por comodidade”.

Legislação

A Lei Federal 9.605/98 prevê pena para quem realiza experiência dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda que para fins didáticos ou científicos, quando existirem recursos alternativos. Mas a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), obriga a testagem de produtos em animais, principalmente de cosméticos e medicamentos, para a concessão do alvará de comercialização. Isto caracteriza o paradoxo da nossa legislação.
Para Róber, “aqui no Brasil, os animais ainda estão nas pesquisas em razão do medo dos pesquisadores, pois se algo der errado, a desculpa perfeita é que foram realizados testes em animais como é recomendado”. Ele lembrou, ainda, que este procedimento não é uma garantia, como no caso da substância talidomida, que foi testada em ratos onde não houve alterações, mas que utilizados por mulheres grávidas causou deformações aos bebês.
Para o pesquisador, será um grande avanço quando o Brasil puder desenvolver os métodos alternativos de substituições de testes que já são utilizadas na Europa. Quando isso ocorrer, sugere que o primeiro foco seja a criação de pele artificial para os testes de corrosão, e nas testagens in vitro, que podem substituir os coelhos (animais mais utilizados nos testes de sensibilidade) por amostras de sangue humano e pelo cultivo celular. 



Assessoria do Gabinete